Popularmente conhecida por seus sintomas motores no paciente, a doença de Parkinson apresenta mais desdobramentos do que podemos imaginar. Hoje, falaremos como a partir dela surgiu o termo parkinsonismo, que abriu o leque de estudos para outros distúrbios do movimento.
A doença de Parkinson se origina basicamente pela perda da capacidade de produção da dopamina no cérebro. Esta substância está relacionada às diversas funções do nosso organismo e cujas deficiências podem ser vistas em sintomas como tremor involuntário quando se está em repouso, rigidez, contrações musculares, dificuldade de marcha, lentidão dos movimentos, perda de expressão facial, da capacidade vocal, articulatória e de deglutição, além de alterações do sono, do olfato (redução ou perda), do humor (depressão) e do hábito intestinal (constipação intestinal).
Também podemos denominar a doença de síndrome parkinsoniana ou parkinsonismo. Trata-se de termos usados para classificar um grupo de doenças que apresentam causas diferentes, mas englobam os sintomas mais comuns do Parkinson, como tremor, movimentos lentos e rigidez. É por isso que a doença de Parkinson também pode ser chamada de parkinsonismo primário. Assim, podemos dizer que a patologia é um tipo de parkinsonismo, mas nem todo parkinsonismo é Parkinson.
Este termo é aplicado, principalmente, em estágios iniciais de distúrbios do movimento, quando o paciente apresenta os principais sintomas de Parkinson, mas ainda não há um diagnóstico confirmado.
Atrofia de múltiplos sistemas
Quando um ou mais sistemas do corpo param de funcionar. Dentro do parkinsonismo, especificamente, é o sistema nervoso autônomo que é prejudicado. Aqui, existe uma gama de sintomas que podem variar entre disfunções da bexiga, hipotensão ortostática, dificuldade para respirar, disfunção erétil, entre outros.
Degeneração corticobasal
É o tipo de parkinsonismo com menor incidência. Entre os diferenciais da doença de Parkinson estão a perda de função em todo um lado do corpo, movimentos bruscos e involuntários parciais dos membros e problemas na fala. Em alguns casos, pode não ser possível usar o membro acometido, apesar de não apresentar fraqueza ou perda sensorial.
Demência com corpos de Lewy
Como o próprio nome sugere, além de demência este tipo de parkinsonismo também causa deterioração progressiva das capacidades intelectuais e funcionais do paciente.
Parkinsonismo secundário
Chamamos de secundário porque seu aparecimento não é idiopático, ou seja, é possível identificar a sua causa. Geralmente, a doença surge a partir do uso de medicamentos que interferem no nível de dopamina no cérebro. Os mais comuns são antipsicóticos, alguns bloqueadores dos canais de cálcio e estimulantes como anfetaminas e cocaína. Quando o paciente interrompe o uso da substância e os sintomas cessam se tem a confirmação do diagnóstico.
Paralisia supranuclear progressiva (PSP)
Assim como os outros tipos, o diferencial aqui está em seus sintomas. Podem ocorrer perda de equilíbrio durante caminhada, que resultam em quedas inexplicáveis, esquecimento e alteração de personalidade.
Parkinsonismo vascular
Ocasionado a partir de coagulações do cérebro após múltiplos pequenos AVCs (derrames), desencadeia tremor e rigidez.
Antes de iniciar qualquer tratamento é preciso diagnosticar a patologia. Somente com a identificação da causa é possível determinar a terapêutica.
Em alguns tipos de parkinsonismo o uso de dopaminérgicos pode ser eficaz. Para manter o tônus muscular, a força e a flexibilidade é recomendada a prática de fisioterapia e atividade física bem direcionada. Terapia ocupacional, fonoaudiologia, antidepressivos e toxina botulínica tipo A também podem integrar o tratamento. Não existe cirurgia para parkinsonismo, somente para a doença de Parkinson.
Para a avaliação e tratamento adequados para cada caso é preciso do suporte de um neurologista de confiança.
Este conteúdo não substitui a orientação do especialista. Para esclarecer quaisquer dúvidas e realizar diagnósticos, consulte o seu médico.