Quando falamos em doença de Parkinson, geralmente associamos às pessoas idosas. A patologia também é remetida mais diretamente aos distúrbios do movimento (tremores e rigidez de mãos), bem como o comprometimento da qualidade de vida. Embora estas questões estejam no contexto da doença, diversas terapias têm somado com o avanço da medicina para a contenção da evolução dos seus sintomas, que vão para além dos citados aqui, permitindo que indivíduos que convivem com ela há anos possam seguir com vida ativa e produtiva. E, para isso, a informação correta acerca da doença, que desmistifique mitos e apoiem as verdades, se configura em ferramenta. Vamos a elas?
1. Somente pessoas idosas desenvolvem a doença de Parkinson.
Mito. Embora a doença seja, de fato, prevalente na terceira idade, adultos jovens também podem desenvolvê-la. Por isso, é importante ficar atento a outros sinais que podem indicar o surgimento da doença de Parkinson. São eles: alteração da caligrafia (diminuição da letra), alteração no tom de voz (mais baixo), problemas de equilíbrio e de manutenção da marcha, disfunções de deglutição, entre outros.
2. Quanto antes o paciente for diagnosticado, melhor.
Verdade. A doença de Parkinson é caracterizada por um processo neurológico em que ocorre a perda de uma substância no cérebro responsável pelo bom funcionamento de diversas funções do nosso organismo. Sendo assim, quanto antes o diagnóstico for dado, mais cedo o tratamento poderá ser aplicado para conter a evolução dos seus sintomas.
3. Pacientes com doença de Parkinson não podem praticar atividade física.
Mito. Os exercícios compõem importante parte do tratamento multidisciplinar, controlando alguns dos sintomas relacionados à mobilidade. Ou seja, apoiado pelo profissional da fisioterapia, pode ser trabalhado o fortalecimento dos músculos, favorecendo o equilíbrio e a marcha, por exemplo. O mesmo pode ocorrer com o movimento de mãos em processos que requeiram mais segurança para a realização da alimentação e da higienize pessoal.
4. Somente medicamentos podem auxiliar no controle da doença.
Mito. Existem diversas frentes de tratamento da doença de Parkinson: medicamentosa, reabilitacional física e emocional, e cirúrgica.
5. Não existe cura para a Doença de Parkinson.
Verdade. No entanto, os pilares do seu tratamento são bastante eficazes para a manutenção da capacidade funcional do indivíduo por longos anos.
Embora a maioria dos pacientes consiga controlar alguns dos sintomas por meio da medicação oral, por alguns anos, o próprio remédio, em longo prazo, pode gerar efeitos adversos de piora dos movimentos involuntários. Para esses casos, a cirurgia é especialmente indicada – tanto quanto para os que evoluem naturalmente com o agravamento dos tremores e rigidez das mãos.
Vale ainda destacar, que no campo cirúrgico a indicação é a estimulação cerebral profunda, da sigla em inglês DBS, em que são implantados eletrodos no cérebro do paciente para uma neuroestimulação das áreas ligadas aos distúrbios do movimento. Trata-se do método mais eficaz para o controle dos tremores e rigidez, que apresenta o benefício de não ter efeitos adversos. É um procedimento minimamente invasivo, não ablativo, ou seja, sem lesão das estruturas cerebrais e que pode ser revertido a partir da regulagem dos eletrodos.
6. O paciente com doença de Parkinson pode ter uma vida produtiva.
Verdade. Quando tratada adequadamente, os sintomas podem demorar para se manifestar ou ter sua intensidade amenizada. Ao longo do tempo, pode ser necessário realizar algumas adaptações para execução de atividades diárias, mas nada que impeça de realizá-las.
Se questionar a respeito de possíveis sintomas é o primeiro passo, então converse com o seu neurologista quando possível. As opções de tratamento trazem inúmeros benefícios aos pacientes e para quem os cerca.
Este conteúdo não substitui a orientação do especialista. Para esclarecer quaisquer dúvidas e realizar diagnósticos, consulte o seu médico.